Debate não é embate
- Denis Zanini

- 19 de jun.
- 2 min de leitura

Vamos esclarecer uma coisa:
Ninguém sai vencedor de um debate quando impõe seu ponto de vista ao outro.
Você vence um debate quando termina tendo aprendido ou compartilhado algo que inspire o outro.
Nas redes sociais, vemos uma profusão de debates entre pessoas com visões de mundo muitas vezes opostas.
O que, a princípio, é ótimo: a pluralidade de ideias é o que nos permite evoluir, ampliar nossa consciência e construir pensamentos mais sofisticados.
(Faço aqui um parênteses: estou me referindo a debates dentro dos limites mínimos de civilidade. Não estou falando de quem defende misoginia, supremacia racial ou ditadura, por exemplo.)
Mas o que vemos, na maioria das vezes, são pessoas de guarda levantada, defendendo seus vieses e atacando as teses alheias.
Parece que poucos estão genuinamente interessados em praticar a escuta ativa e acolher, com interesse real, histórias e vivências diferentes das suas.
Fica a impressão de que a única razão para participar de um debate é gerar cortes e reforçar narrativas dentro de suas próprias bolhas — o famoso viés de confirmação.
Só que isso não é um debate: é um embate.
E, ao saírem do encontro da mesma maneira que entraram, ninguém evolui.
Todos permanecem com ideias fixas, estagnados, como as pedras que choram sozinhas no mesmo lugar, como já dizia o mestre Raul.
Para termos um debate de verdade, é necessário que haja duas partes realmente interessadas em aprender, num ambiente minimamente seguro, onde cada um possa compartilhar seus pontos de vista com respeito.
Vale lembrar: acolher não é concordar.
Ouvir uma ideia diferente da sua não diminui a força do seu argumento. Pelo contrário, te dá mais repertório para construir um raciocínio mais coeso e significativo.
Só faz sentido debater se for para evoluir.







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